Autor(es): Akwaeke Emezi
Sinopse: Inúmeros estranhamentos nos tomam quando mergulhamos em A morte de Vivek Oji, de Akwaeke Emezi, o que não quer dizer que a obra será de difícil compreensão. Estranhamentos com os nomes próprios, muito distintos dos que usamos por aqui e que só com o avançar da leitura descobriremos se se referem a homens ou mulheres, como Osita, Kavita, Chika, Vivek, Nnemdi e outros tantos. Com os termos inusitados que aparecem por todo o romance, sobretudo nos diálogos, mas não apenas neles, como "abeg", "nna mehn", "nko" etc. Estranhamentos com questões culturais, indicativos da pouca intimidade que temos com a(s) história(s) da Nigéria, como no caso das Nigesposas. No entanto, a despeito desses estranhamentos, será difícil abandonar a leitura. Enredo fluido, conduzido a partir de idas e vindas temporais e múltiplas perspectivas, nele acompanharemos as vidas de personagens que orbitam ao redor de Vivek, cuja morte é anunciada já no título, mas que só com o avançar da trama entenderemos como ela se deu e o que significa. Narrativa de descobertas e reinvenções, atravessada por questões de gênero que ora são profundamente desconhecidas, ora bastante familiares, tudo magistralmente orquestrado numa obra de autoria não binária que, na prática, é uma excelente resposta a quem ainda hoje insiste em reduzir existências trans a uma história única.