Autor(es): Henry David Thoreau
Sinopse: A classificação, que divide os seres em viventes e não viventes, diferencia os primeiros destes últimos pelas propriedades de nascer, alimentar-se, digerir, crescer, reproduzir-se, morrer e sobretudo movimentar-se. É, portanto, o movimento uma das características principais daqueles que têm vida. Na verdade, jamais alguém viu uma pedra movimentar-se sozinha. Rola de ladeira abaixo ou é carregada pela correnteza, mas nunca se move por si mesma, de moto próprio. Se alguém procurar uma filosofia aos profissionais da educação física, encontrará esta: o movimento é inerente e necessário a todo ser que tem vida; “mover-se é viver”. A ausência do movimento é um estado mórbido, daquele que está tendente ao falecimento, prestes a perder a vida. Esta talvez seja a maior razão de tanta gente, que não anda, obrigar-se a longas caminhadas a pé, tentando compensar o desuso dessa extremidade do corpo no seu quotidiano. Esse desuso está sempre atrelado ao uso excessivo do automóvel, que, como uma maca, leva o comodista até ao lugar onde possam passar os paralamas dianteiros do seu indispensável veículo, como se fosse sua cativa cadeira de roda. Enfim, não anda; sempre é carregado, como se o natural fosse ter duas rodas e não dois pés. O ser vivente cada vez mais sedentário, parado, inerte, torna-se, mais e mais, não vivente. Ele não se leva, geralmente é levado como a pedra.Andar a pé é a melhor e mais adequada forma de gastar a energia que adquirimos quando nos alimentamos. Ou seja: queimamos as calorias que ingerimos para sermos capazes do movimento. Por isso, nutrição e movimento são propriedades comuns e indispensáveis aos seres viventes. Os outros animais, quando não se movimentam voando, nadando ou correndo, andam. Não existe modo mais natural de mantermos a forma saudável de vida. Viver é movimentar-se; o contrário é a morte.